19 de julho de 2010

O Leão e o Dragão

Os limites são inevitáveis. Às vezes, a liberdade incomensurável se encontra justamente em aceitar que existem regras e leis inalienáveis, pois o livre-arbítrio é a possibilidade de escolha ao que nos sujeitarmos. Isso é alcançar uma dose do sabor do que pode vir a ser o supra-humano, o ser humano de verdade.

Da mesma forma que existe um limite também existe o limite do limite. Porque é somente quando reconhecemos e aceitamos - de certo modo - nossas restrições, é que nos tornamos aptos a galgar na obtenção das fronteiras maleáveis. Somente assim os limites se ampliam dentro de suas próprias extremidades.


Ao olhar para um automóvel, percebo e aceito que meu corpo não é revestido de lata. Ao olhar para as nuvens, percebo e aceito que é a regra da livre associação que manipula algumas imagens à medida que uma das faculdades do cérebro é trabalhar sempre em busca das semelhanças em coisas diferentes. Oh grande dádiva!


Tendo perdido o próprio mundo, agora quer conquistar o seu. Enquanto a criança é uma santa afirmação, o Leão ainda não pode criar novos valores. Mas somente ele é capaz de criar a liberdade que cria novos valores e dizer um sagrado não a tudo que representa “O tu deves”. E por mais que se escreva, nem se ele fosse Freud poderia saber o que se passa nas almas.


Ao negarmos a dor e o limite como matérias da realidade, pelo contrário! Só se restringe e provoca tortura nos seres que se dizem homo sapiens. Mas usando a inteligência com coragem e honestidade para superar preconceitos hereditários, pode ser que se depare com covardes de mentes medíocres que não conseguem entender o processo da posteridade, e por isso ficam dando murros em ponta de facas. São esses tipos de pessoas ignorantes que provocam mais violenta oposição ao se levantarem cada vez mais raivosamente a servindo de empecilho, percalços para os avanços da humanidade.


Ricardo Magno

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