9 de julho de 2010

O invulnerável

Quem morre é quem fica e não quem vai! Vos amo sem força e sem fraqueza como quem bebe água e não mata a sede ao fomentá-la. Como quem sente, mas não rir e nem chora. Como quem ouve a mais sublime canção e não se emociona, porém não é indiferente.

Ao alcançar o equilíbrio percebe-se que ele nunca existiu, não se percebe nada. Fraqueza é força ao contrário! Ser forte é admitir ser fraco, pois o invulnerável a tudo renúncia, o invulnerável renúncia a nada.
Muitos anos de prisão necessitam de muitos anos de luta para se libertar, pois sempre que a campainha toca ao longe de nossos ouvidos, o que se ouve não pertence mais a fonte.

Descobrir a verdade significa se desenterrar deste mundo e percorrer insano pelos vagões da consciência humana. Se tornar um louco, porém o dono da realidade, pois a psique é feita pela conjuntura da vida e suas infindáveis equações e inequações. E se é que ainda há espaço para algo não escrito, então desvende um cálculo, crie uma fórmula e quem sabe assim se torne possível mudar, nem que seja por uma fração, os rumos do destino.

Já que não dá para segurar os dados enquanto eles rolam, então deixa rolar! Estou aqui como estive ontem, e ontem é hoje como será amanhã.

Como fugir do que digo para entender o que digo? Como me libertar do que acredito para entender o que creio? Como?!?!

Sem querer, iniciou-se a jornada, pois não sou eu quem verdadeiramente quer se não fui eu que escolhi minhas inclinações. Se expressar sem expressões e buscar uma nova estética sem ser inovador.

Na hierarquia das afinidades, primeiramente vem deus, do modo como cada um acredita nele, porque deus não é enlatado. Depois vêm os pais, a mulher, os filhos e os amigos, do modo que a cada um convir, porque a vida não é uma produção em série de larga escala.

Os que se deixam ludibriar pelo êxtase das glórias, são os primeiros a se desesperarem diante do constrangimento das derrotas. Ter equilíbrio e tranqüilidade sempre, por todos os caminhos da vida, tratando cada sentimento com parcimônia.

O que vem da essência é sempre mais importante do que o existencial, porque primeiro criamos o mundo para somente depois nos perdermos dentro dele.

Ricardo Magno

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