19 de julho de 2010

Conversa de amigos

Se em meio a uma putada sentires a alma ferida, se preocupa não my brother! Uma boa conversa nos basta, pois jamais eu meteria o dedo na tua cara. Se na putada rola de tudo, do tudo que rola, rola exceto esse tipo de putada.


Um homem e a sua vergonha na cara! Nada compra esse tipo de jóia rara. Um homem e sua hombridade! Nos vale tudo e não se cobra nada porque quando a bebida nos extrapola nós é que extrapolamos com ela.


Das pedras que joguei na lua, todas as três voltaram na minha cara. Se preocupa não, my brother! O teu sangue corre nas veias como se fosse uma navalha. A maldita lâmina de sangue que corta por dentro a nossa carne e que separa o corpo da alma.


Com a dignidade na lama, os porcos, sem perceberem, comem lavagens. Com a coragem na ponta dos dedos, eu escrevo algumas malditas cartas. Com o bico sujo de lodo, alguns pintos beliscam bostas. Se preocupa não, meu irmão! Que eu sou um dos guardiões da tua melhor morada. E se alguns loucos rasgam dinheiro e algumas crianças metem o dedo na tomada, então porque eu não posso jogar de vez em quando minha vida pela janela?


Mas o que quero mesmo é só refrescar a sala. Deixar o vento entrar por entre a areia e ver o pó inútil do passado ir embora. É que em algumas horas impróprias, nas mais próprias, a fúria, a mágoa e o ressentimento involuntário batem à porta. Se preocupa não, meu amigo! Porque nessas horas sou eu que estarei a vigiar a porta. E se nenhuma calamidade vir à forra é porque eu lutei contra o teu mal até a morte. Se preocupa não, meu irmão! Que sou eu que sou o teu irmão.


Dorme e descansa na paz que por minhas orações, deus está a velar pelo nosso sono.


Ricardo Magno

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