9 de julho de 2010

Blues


Eu também gosto de jazz, mas prefiro o blues. E o próprio nome já diz tudo. E quando o creme de leite começa a gritar não tem como não se emocionar! Pois a guitarra nem de perto se aproxima do baixo, o baixo é um alto quando começa a falar. Salve B.B. King!


O piano é minha Ariadne. No saxofone, eu relembro as Crisálidas quando da vida não me restar mais nada. Então bebo o dia inteiro sem pagar nenhum centavo. Rock me baby! Seria burrice querer casar agora, logo agora que o blues começou a me dominar.


Um solo de guitarra nunca cala o som agudo de um estampido baixo. Um solo de guitarra mais parece leite condensado na boca das crianças, enquanto eu entrei na dança só por não ter o que dançar.


Através dos meus ouvidos, o blues estremece o meu umbigo, e quem dera se eu tivesse mais só para nunca mais ficar em paz! Salve Robert Johnson! O blues man que desafiou o diabo.


Enquanto a música não parar, eu nunca pararei de chorar. Pode é o telefone se acabar de tocar, mas enquanto o creme de leite derramar eu estou lá para me enlambuzar. Salve o meu ouvido bêbado!


Ao misturar uma orquestra com um baixo, foi à coisa mais louca que ouvi. Nunca havia visto sinfonia tão pirada, pode descer mais uma gota de cerveja em meio aos copos de marmelada.


Um dia eu pretendo me encontrar em um lugar onde o ser humano valha mais do que seus laços, onde “o quem sou eu” possa ser divinizado mais do que a posição social. Um dia quero selecionar pessoas como quem escolhe parceiros para toda a eternidade: pelos talentos pessoais e as afinidades, nada mais. Nunca mais ser ludibriado pelos questionamentos econômico-sociais!


Eu sou igual a um réptil se arrastando no familiarizado fogo do deserto, semelhante a um pássaro confortável em seu ninho de espinhos, e que, por isso, desistiu de voar...

Ricardo Magno

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