27 de fevereiro de 2012

Abóbora Despedaçada




O espelho no céu me pergunta o que é o amor. E será que um dia poderá a criança dentro do meu coração subir até lá? Poderei eu velejar pelas inconstantes marés oceânicas? Posso eu suportar as estações da minha vida? Acho que...

 

Como quem escala montanhas e fica sempre olhando para trás, o desmoronamento é o mesmo que pegar o amor e trazê-lo para baixo; até que, em uma colina coberta por neve, possa se ver o próprio reflexo.


E mesmo o tempo a cada dia me tornando mais forte, eu tive medo de mudar porque construí minha vida ao redor “dele”. No entanto, agora sei porque crianças ficam mais velhas... Eu estou ficando mais velho também... É tempo de fortes avalanches.



Ricardo Magno

17 de fevereiro de 2012

O Segredo da Vida




O destino se cumpriu. O filho se tornou o pai e o pai retorna ao filho. Pois o mal de todo aquele que escreve é um dia vir a se tornar escritor. Todo tesouro é interrado. Mães não são mulheres. Elas apenas são mães. Pais são mais do que homens. Super-heróis! Nunca um motivo de triste, nem mesmo após ter partido.

Se no sangue e na inestimável herança hereditária morre é quem fica e não quem vai, então deve existir vida após a morte. Alguém muito valioso nunca é esquecido em qualquer lugar. O empirismo me salta ao olhos quando os sentidos entram em conflitos com cálculos mentais. Em eqüipolência prefiro continuar a investigar do que decretar um falso veredicto confortável. E contrariando a biologia e o organicismo da terra com a carne, posso até não saber onde ele está, mas tenho a certeza absoluta de onde ele não estar, pois se é finalizado o fluxo sangüíneo e as idéias são extintas ele já não pode mais ser o mesmo pai.

Não sou beata e bobo o bastante lhe levantar um altar. E é com total imparcialidade que afirmo que mesmo assim ele foi bem melhor do que muitos que conheço. Com um único defeito crucial! Não ser eterno, pois todo tesouro é enterrado.



                                                                                                                           Ricardo Magno