Ao me ver, ficou de longe me devorando por alguns segundos e depois sorriu como quem diz o último adeus antes de se aproximar através de gestos friamente calculados. A partir daí, deu o primeiro passo.
Enquanto eu ficava sem saber o que fazer, ela arrancou meu tênis como se estivesse arrancando minha calça, tirou minhas meias como se estivesse tirando minha cueca, acariciou meus dedos como se estivesse acariciando minha rola, e me fez sentir cócegas como quem gozava.
Como a água que lava o corpo, semelhante ao plasma que banha a alma, me ungindo de prazer lúdico, limpou a carne maculada e a deixou preparada para novos pecados. Nunca mais a vi, mas até hoje sou grato a ela.
Ricardo Magno
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