7 de julho de 2010

Crônicas em prosa moderna

Quando mentir, nunca negue nada. Pois negar seria admitir que existe alguma coisa para ser negada. Praticamente não há diferença nenhuma entre um trabalho de merda e um monte dilacerante de um gênio incompreendido. Por isso, acho que escolhi a profissão errada: ter nascido.


Narração histórica por ordem cronológica, noticia comentada ou anedota em jornal. Forma natural de falar ou escrever opondo-se ao verso. Quando o jogo é não jogar, quem o faz pode até não ganhar nada, mas também não sai perdendo.


Quando uma escolha nunca será uma sentença, o melhor modo de cortejar um elogio é não dizendo nada. Poeta nasce poeta e outra coisa não serve senão para as inúmeras artes letradas. E se ele faz faculdade, se forma e arranja emprego, então não veio ao mundo para ser um cara letrado.


A metodologia sistêmica tenta dominar o mundo através do controle de pessoas que obtém poder sobre várias. Sem fatos não existe acusação, somente injurias. Mas Nietzsche está certo. A vida é mesmo um eterno clichê onde o cachê é a valorização da obra de arte perante o consumismo.


Sempre haverá uma grande falta de comunicação entre pessoas que dizem que se amam. Pois do contrário, quando o amor é uma verdade, chega quase a rolar telepatia, no qual, em um passivo descoberto só se safam àqueles que tiverem informação privilegiada e tráfico de influência. Passivo descoberto! Mais parece, na linguagem jurídica, a revelação de um gay todas as vezes que saírem do armário.


No mercado do percentual: jornal, rádio e televisão, o lobo mal acabou engolindo todos os três porquinhos enquanto a viúva Clicquot e o nobre representante da família dos bules bebem um copo de café a derramar no chão outros tantos. Mas foi somente em 1991 que o intelectual de hábitos espartanos conseguiu dar o pulo-do-gato em cima da onça.


Ricardo Magno

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