Mas eu tenho pena mesmo é de vós que estais tão acostumado a jogar que é incapaz de reconhecer alguém que não joga. Vós que estais sempre a medir o mundo com a mesma régua imunda que medes a si mesmo. Sempre burlando as regras tácitas das convenções sociais, sempre tropeçando na moral ao antecipar o maldito passo da vileza.
Se vós pudésseis ser capazes de tudo o quanto eu sou capaz. Sim! Vós que precisa de platéia pra fingir uma misera filantropia. Hipócritas que ainda ousam comparar-se comigo mesmo e com os outros! Eu que me escondo do dia pra fugir dos elogios. Eu que sempre que estou sozinho, faço um sacrifício e uma proeza invisível pela humanidade.
Diante de vós, sois incapazes de reconhecer minha face. Então, ousam insistentemente me julgar como se eu fosse um de vós, almas inferiores! Vós vindes ao mundo por somente uma coisa: aprender comigo! Aprender a tratar uns com os outros, a domar o ego, calar a boca da fogueira das vaidades. E nisso eu sou inatingível. Nisso e naquilo que são incapazes de ver.
No lodo, sempre a tentar me envolver num joguinho imundo como se eu fosse um de vós. Pois bem! Eu transcendi. Sou além de vós e das coisas rasteiras pelas quais dão tanta importância. Já não me importo comigo mesmo ou com qualquer uma das coisas que mais quero. Sai do baile quando a música ainda estava tocando e deixeis que vós dançásseis sozinhos. Dançais sós e somente vós ainda não percebeis.
Ricardo Magno
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