19 de julho de 2010

O adestrador de palavras

Eu domino as palavras como os adestradores dominam as feras. Vivo de um jeito displicente igual ao dos suicidas que encaram a morte. Estou preso a emoções como um tirando que ama o poder. Sinto o anseio de viver igual a um bebê que se afoga na placenta.




Perdido por entre as perturbações da alma, confuso entre os pensamentos nefastos, consegui encontrar um ponto de apoio. É que a lucidez irrompe barreiras da mesma forma que a luz cruza a imensidão do espaço.


No meio da loucura encontrei sanidade, que sendo perfeita não poderia ser melhor, que sendo maravilhosa não poderia ser mais extraordinária.


Se há um problema, quero resolvê-lo, não importa o que seja. E nunca iniciar um livro para deixá-lo aberto, nunca começar uma história se sai que não vou terminá-la. Nunca excitar em vão à imaginação alheia.




Num lapso de sanidade, pude entender tudo. É que a necessidade veio de mim enquanto a vontade ainda está aqui, e foram elas que me fizeram chegar a ti.




Ricardo Magno

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