7 de julho de 2010

Manuscritos intimistas


A vida sempre começa com o raiar do dia quando o galo canta e faz fim ao primeiro “round” das orgias. O dia só começa por volta das duas da tarde! E não venha se fazendo de santo e de bom samaritano, pois eu reconheço os cheiros que exalam das almas, o que me faz compreender que todos gostam de uma boa farra.


Minha mãe briga só que meu pai não me explica e aí, na minha cabeça, a balbúrdia se resume a nada, enquanto somente assim posso perceber que mesmo chegando aos vinte e sete anos não passo de uma criança mimada. Então, hei de pairar o dia em mais uma gandaia!


Um manuscrito pode ser mortal quando estando em mãos das pessoas erradas! Lerem o que foi escrito, palavra por palavra de tudo o que foi dito pra somente depois saírem prostituindo minhas frases. Bando de nojentos do caralho! Se não sabem brincar com as palavras, e se não nasceram para serem íntimos, uns dos outros, então de que valeram seus batizados, serem alfabetizados?!?! Bando de cachorros esquálidos!


Um manuscrito pode ser fatal nas mãos de quem não ama e se tornar mais perigoso do que milhões de armas num exército de crianças. Do mais, estando em paz, eu só quero é que a música toque enquanto em meus olhos é somente ela quem dança, pra provar na pele que a inconseqüência é um dos mais sutis traços de nós, reles mortais.


E se o desencanto realmente for um dos maiores amadurecimentos da vida, então eu já devo há muito tempo ter passado dos sessenta anos, porque se debaixo da cama tem a cama, é sinal de que os segredos estão bem guardados. No entanto, Manuscritos intimistas quem sabe não dê um nome de um belo livro.


Ricardo Magno

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