9 de julho de 2010

O Planetário









Tudo o que é azul ou é estrela ou tem muito a ver com o céu. Esse infinito mar flutuante que emerge de seu profundo silêncio a paz que há dentro de nós.

A noite. A mais bela de todas as estações, legitimando os piores segredos, minhas verdades só minhas. A parte podre que não quero contar ou meu lado doce que somente eu hei de saborear.

Com o teto do céu aberto, grandes paixões em pequenos corações, um olhar e mais nada, o inicio de uma deliciosa história.

O amor e meu cachorro me perseguem aonde quer que eu vá. Sem ao menos olhar, sei que estão lá, protegendo minhas partes desprotegidas, sendo esquecidos e se tornando inesquecíveis. Pois um simples afago, abanar de rabo, me vale mais que uma declaração de amor como se fosse um motivo pra silenciar a dor.

Por detrás da lua, na formosura da madrugada, ruas nuas em corpos sem alma, enquanto me derreto em devaneios ao perceber que o céu é o templo de todas as auras.

Fazendo travessura com as estrelas, destruindo a mim através do amor e de um semblante de carinho ou dor, é na calada da noite que a humanidade se cala. Mas ouso alguns gritos que soam mais como gemidos das histórias dos que amam contadas por esse espetáculo gratuito. É que as emoções do amor são de graça... Enfim, é no céu o único lugar onde deveria existir vida na face das terras.




Ricardo Magno

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