19 de julho de 2010

O vocativo pocrezzunto

Eu vi o universo conspirar diante de meus olhos, deus jogar cartas com meu destino e o diabo brincar de quebra-cabeça com minha alma.
Eu senti cada nuvem se formar, adivinhei qual canto o pássaro iria cantar enquanto o mundo mudava de cor, as coisas mudavam de sabor, eu sabia que algo estava a se formar.


Como se cada estrela do céu gritasse meu nome, eu conseguia ler as linhas do zodíaco enquanto pulava corda com cada um de seus significados.


As amizades, a música, o olhar dos meus pais, tudo agora era diferente. Eu vi o tempo se equilibrar na corda bamba e me convidar pra entrar na dança, e receoso não quis.


É como se a mim tivesse sido revelado todos os estratagemas de deus, o mapa do universo diante de meus olhos e meu coração numa nova batida.


Na circulação do meu sangue eu poderia navegar, nas ondas cerebrais da minha mente eu poderia surfar. Foi desvendado o meu inconsciente e agora não havia lugar onde eu pudesse me esconder. O todo estava em todas as partes como um panóptico a me observar.






Ricardo Magno

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