26 de fevereiro de 2013

A História do Garoto que morava dentro do Cú



Quem conta um conto sempre aumenta um cú.



Baratas habitam esgotos, fossas e sarjetas. Mas baratas são indignadas da moradia do próprio homem. Lugares fétidos, escuros e corrugados. Os insetos não são nojentos a esse ponto.

Ele, o garoto, falava pelo ânus. Logo tão cedo desenvolveu a técnica do esfíncter premiado. As suas pregas eram como cordas vocais. Seu bumbum era o rosto amarelo de um dragão a soltar enxofre pela goela.

Ele, o garoto, todas às vezes que falava parecia o primo mais próximo da centopéia humana. O guardanapo era papel higiênico! Dizia tantos palavrões que ninguém saberia qual das portas era a mais imunda. Enquanto ele achava graça acordar de manhã cedo e encontrar um caroço de feijão pregado na testa. A testa do próprio cú era o cóccix!

O garoto, ele... Não sentia mais o gosto das coisas, pois habitava no último setor do processo de reciclagem. Ali, aminoácidos chegavam sem aminoácidos, ANALgésico era supositório... E por sinal, um paliativo literalmente muito apropriado.

Uma cueca era a porta de entrada e saída para o mundo. Diarréias intestinais eram um show de geisens. Um peido e logo surgia uma aurora boreal... Bogal... Anal. E o simples e autômato contrair de músculos do vulgo cabresto, prega rainha, era um rápido e involuntário bater de janelas.  




Heitor Monte Cristo

18 de fevereiro de 2013

O Mantra das Obrigações Cíveis




Segunda-feira é a morte! Segunda–feira é trash! Expectativas, ânimos e o feriado à flor da pele! Toda segunda-feira a gente nasce, morre e sobrevive a ela. Depois disso, a semana, a vida sempre volta a fluir normalmente. Mas segunda–feira é foda! Um combate que só os fortes vencem. Segunda-feira é trash! E se algo de bom puder acontecer na vida, que seja nesse dia! O dia propulsor de todas as auroras... É o melhor dia para acordar tarde. Mas, fortalecido por uma segunda-feira qualquer, o senso comum sempre diz o que pode e não deve. E mesmo que o céu esteja limpo e o sol irradiante de sagacidade... Em uma segunda-feira nem todos os homens podem ir à praia. Coerção moral e convenções sociais do dia mais impregnado de responsabilidade. E a felicidade que muitas vezes é apenas fazer o que se quer, cadê? E a irresponsabilidade que muitas vezes é ser feliz simplesmente fazendo o que se quer, não tem espaço! Mamonas Assassinas, Ayrton Senna, Boate ardendo em brasas... Tudo em um domingo com cara de segunda-feira. Em uma segunda-feira, se qualquer amigo me pedir um real – que miséria! O mais hilário de tudo é que não vou poder ajudá-lo. Ri por último quem rir melhor! Sendo o Coringa ou o Cavaleiro das Trevas.
A segunda-feira é o necessário remédio amargo, goela abaixo! Nem sexo é bom... Esquema falho! Pois segunda-feira os operários vão às fábricas, o espantalho troca a palha, o homem de lata muda a graxa e o leão deixa pra rugir na próxima semana. Este é o dia em que nada pode ser adiado, ninguém é perdoado e quem comete um desvio é mortalmente culpado. Na segunda-feira... Todos cairiam no Julgamento Final se Nietzsche não tivesse ensinado o Livre-Arbítrio da Consciência de Superioridade. Segunda-feira bem poderia se chamar ‘segunda-feriado’... E ai trocar o azedume para terça, quarta, quinta... Feriado. Segunda-feira... O mantra das obrigações cíveis... Ceú azul... De que vale mesmo essa meeerda!


Heitor Monte Cristo

7 de fevereiro de 2013

Centopéia Onomatopéica



  
Se chuva rima com água, água rima com porra nenhuma. Mas o que é mesmo um copo de leite derramado? O que isso pode ser a não ser leite derramado. Nada? O nada também é liquido derramado? Oportunidades... É por isso que quem não chora não mama o leite derramado.

A razão vive tentando humilhar o sexo... Leite, chuva, blues, chocolate, quadrinhos e algumas cáries na boca. Mas pena mesmo eu sinto é da emoção que se engana ao achar que pode sublimar algo. Era só disso que eu precisava. Onomatopéias! Torço e espero para que logo em breve eu possa novamente ser presenteado com bucetas tão velhas que ao invés de serem raspadas, elas sejam carecas.

Não existem os gênios. Apenas lapsos de genialidade.
O querer é algo poderoso. Sendo de verdade. Mas o não querer, se tornando maior, acaba sempre prevalecendo.





Heitor Monte Cristo