26 de julho de 2013

Troca de Favores




- Chovia muito. A cidade estava um inferno d’água. O velho não se importava. Fumava e assobiava como se nada acontecesse. Em meio a esgotos a céu aberto, ele passeava como quem dança na chuva. Na central comerciária, não se via calçadas. Lixos surfavam nas ondas dos carros. Já havia passado das dezoito e trinta. Expediente, finalmente, encerrado. E estava lá, o velho, no meio do jogo dos sete erros. Não à toa. Nada é em vão depois de um dia ferrado. E nada pode ser mais surpresa após a primeira ferroada. Com toda a paciência do mundo, rumou de bar em bar. Buscava uma companhia feminina que pudesse lhe “trocar favores”. Não sentia falta de amigos. Mas sentia muito a ausência desse tipo de amizade. Sabe como é: cabelos longos, perfume barato, gírias desconcertantes e nada que se encaixe em seu mundo. Uma relação estritamente impessoal. Eram tempos difíceis... Um carinho em um “conhecido” não deveria ser tão mau. Afinal de contas, a noite não faz cerimônia. Todo mundo entra pra família depois que se é apresentado. Porém tudo se sucederia no plano meramente objetivo. Sem telefonemas, sem julgamentos, sem cobranças, e acima de tudo! Sem coração. E se na manhã seguinte ele lembrasse do nome... Pode ser que rolasse sentimento. Pena também é uma emoção. Em troca mesmo, só um... Imensamente... Muito obrigado. De bom grado! É ou não é a amizade, perrrfeita, entre homem e mulher? Devagar... Divagava o coroa em meio a respingos e barrofadas.




Heitor Monte Cristo

A Parada




DER-RU-BA-RAM A PARADA!

A PARADA caaaiiiuuu! Quebraram lhe as pernas. Agora ela não sobe e nem desce... Não se move. No ponto de ônibus, no local do táxi, a guarda da realeza britânica... Ninguém nunca mais a viu. O poste, que a viu pela última vez, está foragido, saiu correndo. E a PA-RA-DA, cadê? Toda estatelada, finalmente... Parou!




Heitor Monte Cristo

Bukowskifornication



O que seria do homem senão fossem os amigos e a licitude? Quando tudo está bem, “BOOM!” Desabamos de uma nuvem. Mas pra que mesmo assistir CALIFORNICATION? Lembrei! Pra nunca mais esquecer de Charles Bukowski! O velho “Buk” e essa série são duas coisas que nunca me decepcionam. Ahh! Lembrei de outra. Uma mulher de quatro. Imperatriz tem só um diferença de “Lost” Angeles. Aqui os anjos estão mortos.


Colchão, Travesseiro e Edredom







No colchão eu tenho o abraço de meus pais. No travesseiro, seus conselhos. E um edredom de orações. Todos os dias durmo bem abençoado. De geração em geração. Até a chegada dos descendentes. ABA PAI!

Seu Cosminho em: Romance



Rapaz “trabaiado!” Cansado das orgias da vida. Agora queria sossego real! Um sexo de verdade.


Ele "ambicionava" uma “muié” que esquecesse de si! Desse um trato na rola, da cabeça até as bolas. Uma cuspidinha na glande. Uns apertões suaves no tronco... zangasse a pica! E depois recebesse uma bela gozada na cara.

1 de julho de 2013

Delaware




Sem escrever mais nenhuma linha... Terminou a história. E a cada dia que passa,  me mantenho mais distante do ponto em que começou. E quando sofremos por dois, a dor é pior.

Quem ri de dia é porque sofre muito à noite. E o fracasso! Aceitar pra si mesmo que não deu certo... É sempre difícil.

Agora, terei que me acostumar com o som do toque mudo do telefone. Agora, terei que me convencer de que não posso fazer mais nada, de que nada mais pode e deve ser feito. Agora, tenho que me consolar com a desculpa imunda de um "seja o que deus quiser!" Mas deixar passar! Não tão "escape" enquanto a morte não me alcança. 

É assim mesmo! Daí consistem os grandes homens de meia tigela. Sorriso no rosto e feridas na alma. Mais uma vez fingir ser forte sendo forte perante o maior dos sofrimentos... Insuportáveis! É a história que nunca parou de acontecer se repetindo.

Só escrevendo, tentando por tudo pra fora, só assim quem sabe eu consiga me manter, pois a dor silenciosa da alma se oculta nos sorrisos artificiais do dia a dia. E quer saber de uma coisa. Dane-se a licensa poetica! Fui sincero demais ao dizer na primeira pessoa.



Ricardo Magno




Seu Cosminho em: Asfixia Auto-Erótica




Se liga “nas ideia”! O cara pega um cinto. Amarra em volta do pescoço. Se pendura em um local razoavelmente alto, esperando a gozada do século. Depois morre e no atestado de óbito sai: morte por asfixia auto-erótica. Chega lá do outro lado, envergonhado, ele diz que morreu porque foi enforcado pela mulher invisível. Isso sim é morrer de bater punheta! “Fia duma égua!”


Heitor Monte Cristo