9 de julho de 2010

O encantador de serpentes

Esbelta e altivo como todo filho de uma casta real deve ser, assim ele era. Mesmo sem possuir uma genealogia nobre, seu espírito era. Um filho de pessoas simples, uma criança normal e um homem comum... Era assim que ele vivia. Rindo e chorando das mais diversas bobagens, se prendendo com as mais vis futilidades...


Desta forma o seu tempo passava igual a um relógio sem horas. Com o sublime recalcado na alma, sucumbiu várias vezes aos perigos da vida e sem ninguém estar a olhar, ele era a pessoa mais forte do mundo.


Quando ninguém estava lá era a ele que queriam chamar, pois todos os caminhos o levavam ao mesmo lugar. Sem escolhas, se deixou ser guiado pelos descaminhos da vida e este foi um dos caminhos mais laboriosos: o que o levou a desenterrar a própria alma.


Sem os escombros sociais, agora se sentia apto a produzir grandes vôos e mesmo preso a sua época seu espírito atemporal estava conectado com os diversos mundos porque ele era capaz de falar com todas as almas, a síntese de todos os homens, um trampolim para a humanidade cujo mais terrível maldade se contorcia para saldá-lo.


Ficou “expert” no tratar com as pessoas, mantia se na constante companhia das espécies mais temíveis sem elas nunca terem lhe causado mal porque mesmo antes delas perceberem já haviam sido enfeitiçadas.




Ricardo Magno

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