27 de setembro de 2012

Os Aforismos de Seu Cosminho: o Conselheiro





1 - Mulher não quer respeito. Ela quer é que chupem os peitos!

2 – Mulher dos outros eu pego meeesmo! Porque se fosse a minha, duvido se dispensavam. E mesmo se o improvável milagre acontecesse, eu ainda pensaria baixinho: “Vacilou, otário!”

3 – Toda mulher gosta de ser cantada, embora isso não queira dizer que ela deseje “o cara”.

4 – As primas são as irmãs que nós podemos comer. “Quanto mais prima, mais o pau empina!”

5 – Nós nunca podemos ser levianos com o coração dos outros. Mas nunca devemos permitir que os outros sejam levianos conosco.

6 – Lealdade foi o que matou milhares e milhares de homens nas guerras. Se quer fidelidade, então compre um cachorro e faça o bichinho virar corinthiano. Que ser vivo poderia ser mais “fiel” do que esse?  

7 – Meu pau é a visão primitiva do Éden. Do que Eva olhou pela primeira vez e ficou toda molhadinha igual a uma prostituta africana em um redemoinho: uma serpente a carregar uma maçã na boca.

8 - ... Pernoitei impiedosamente escavando, chafurdando e “furando o útero dela”. Mas o que em definitivo fez com que ela se apaixonasse foi o fato de inexoravelmente eu conseguir ter gozado dentro de seu coração.
                                                                                                    
9 – Não se discute com vagina! Do contrário, perde-se a foda.

10 – Sempre lembre-se: Tudo que tem boca tem fome!



Heitor Monte Cristo

O Clube das Mulheres



Soldados usam fardas, policiais usam fardas... Casa cheia! Mais um dia de trabalho ‘árduo’. Pela cara, as mulheres estão loucas! Mais uma sexta-feira daquelas. Quando eu cheguei - ao final da tarde – ainda estavam limpando os resquícios da bagunça de ontem. Mas o clube das mulheres é assim mesmo. Nada melhor do que um dia após o outro.

Eu estava duplamente exausto. Como se não bastasse ficar se expondo por mais de uma hora para um monte de vadias com rótulos da sociedade, para matar o da faculdade e sobrar um troco para sair com a namorada séria, ainda tive o programa com a coroa desquitada. Ela sempre pagava bem e nutria o costume de me tratar como se eu fosse um ser humano. Por ela eu sentia algo que se aproximava de respeito. Talvez por ela sempre deixar eu ejacular dentro... Ela era um lixo.

Então resolvi chegar um pouco mais cedo, troquei conversa fiada com o barman, como de costume entre os homens, lhe revelei detalhes sórdidos e entrei para o camarim tentando respirar um pouco de calma. Minha cabeça rodava muito devido a mistura da cocaína com o viagra. Não que eu não fosse mais viril. Mas estando numa profissão dessas não poderia correr riscos. Soldados usam fardas, policiais usam fardas... E em todos os meus sonhos eu estava nu.




Heitor Monte Cristo

12 de setembro de 2012

Comédia Sentada



Os Aforismos de Seu Cosminho:

1 – Foda adiada é foda perdida!

2 – Só existe amizade entre homem e mulher quando os dois são feios; e salve os casos em que não houver ingestão de bebidas alcoólicas ou sobre efeito de entorpecentes e dependentes físico e psíquico.



A Comédia



Quem pode, fode! Quem não pode, se masturba! Pelo que eu saiba, senão somos nós a transar, fica difícil sentir prazer pelo pênis dos outros. E mesmo assim, sempre aparece uns caras otários, olho estilo Jô Soares, que sempre que conhecemos uma mulher maravilhosa suscetível e de fácil acessibilidade, o Mané vem buzinar no nosso ouvido como se estivesse revelando a pior tragédia da humanidade: “ Iiii, velho! Essa aí é gata, mas não vale nada. Safaaada!” O idiota jura que derrubou a casa e que isso é uma grande infelicidade. Mas para os meus (nem sempre tão) éticos critérios, é pura Lei do Menor Esforço. A informação só aumenta os combos dela. Melhor ainda já que não se goza pelo membro dos outros. A minha vez chegou.

Ruim mesmo seria se todo mundo comesse e ela não quisesse dar justamente para mim. Ai seria, não sendo, foda mesmo! Porque foda adiada é foda perdida. E comida requentada não presta. Os mais velhos já haviam nos ensinado a nunca deixar para amanhã o que agooora, neste exato mooomeeento, está só de calcinha na nossa cara, na pontinha do nariz ao passo de uma linguada de réptil. Isso é crime! Nunca se deixa pra comer outrora o que pode ser comido agora. Assim já dizia um velho provérbio chinês: Quem pode, fode. Quem não pode, se folguedo!

Na proclamação de independência da República, um louco sensato havia dito: “Quem fode, pode. Quem não pode, esconde o cú dos cavalos!” E já que nós provamos e a ciência comprovou que é quase impossível fazer uma garota acreditar – acreditar mesmo, crendo e tudo o mais, de verdaaade! – no quanto gostamos dela (a missão se equipara a tentar fugir de um buraco negro). O jeito é deixar o discurso virar uma aventura épica, epopéia insólita de tagarelices até o centro da terra. O que até então era para ser simples e objetivo; as evidências, que até então se faziam irrefutáveis, aos ouvidos delas se transformam numa imensa escalada em redução ao absurdo, viagem mística em regressão ao infinito, batalha faraônica contra os monstros de quimera do imaginário das palavras. Por isso o Jornal Falada havia escrito que quem pode, fica calado. Já quem não pode, faz xixi no ventilador e limpa a bunda com plástico, sem talquinho! Que é pior!

É missão quase impossível (para uma tropa inteira) apenas desligar o telefone. E o problema, igual a ponta de um iceberg, está só começando. Pois o que parece mesmo é que a maioria delas não entende muito bem de lógica e retórica ou habitam um mundinho venusiano. Porque, a mesma regra que estabelece que um mais um é igual a dois, também rege o fato de que gostar de alguém é uma coisa, sexo é outra. Isso é tão óbvio quanto o dualismo cartesiano que afirma que cada testículo fica em um lado especifico do saco. Dois espermas não ocupam o mesmo lugar no escroto. Cada um tem uma cesta própria em extremidades opostas da quadra. Portanto, não nos peça o que a muito vem matando milhares de homens nas guerras. Se quer fidelidade, é fácil! Faça um cartão de supermercado, plano da operadora telefônica, ou até mesmo, compre um cachorro e deixe ele virar Corinthiano. Tanto faz! É tudo igual! Mas lembre-se: Quem pode fode. Quem não pode, vira desertor pra ir ajudar os outros no exército de paz da cruz vermelha! 

Eu sempre preferi enviar mensagem. Curta, grossa e direta! Até inventarem essa merda de torpedo grátis. Ai regredimos para a estaca zero, em que o macho puxa a fêmea pelos cabelos, e em resposta, ela torce o seu saco. Ai a liberdade do homem ficou encarcerada em um Mito da Caverna igual a Idade das Pedras. E aonde quer que ele vá, sempre haverá mais de três mil caracteres o perseguindo até elas conseguirem terminar de escrever as palavras sobressalentes que sempre lhes resta.

Comunicação parece uma necessidade de vida ou morte para elas. Porque, no teclado, elas desenvolveram a revolucionária técnica informacional da fibra ótica, de mandar a resposta antes mesmo de chegar a confirmação de entrega. Eu, que já sou uma besta, fico mais besta ainda com essas filhas do The Flash mais o Thunder. Porque, antes que eu perceba, geralmente já ocorreu o acontecido. Mas mesmo assim, eu nunca paro de dizer: Quem fode é porque pode. Quem não fode, se esforça ao menos para ganhar um copo com água.

Mesmo multifuncionais, algumas delas precisam de um pouco mais de atitude. Existem coisas que nunca se deve pedir a um homem. Por exemplo: “- Eu posso fazer sexo oral em você!” Poooxa! Pelo amooor de deus! Ou é professora de gramática, pra falar com tanto eufemismo e etiqueta, ou é muito sem vergonha pra achar que o Mané vai cair no golpe. Puuuta que o pariuuu! Cai de boca logo no ‘bigolas’. Mas o cara ainda pode ser sacana e tirar de letra brincando: “‘Escovou os dentes? ’ Ou então: ‘Só um minutinho que já está terminado a novela!’ É uma Sine Qua Non. Não tem jeito. Quem fode, faz festa. Quem não pode, faz a festa e reza.

A outra situação não é tão diferente. E lá vem mais privilégios! No ‘bem bom!’ O cara já doido pra dar um trato naquela bundona... Nem precisa pedir. A gata vira pra ele e pergunta:“Amor! Posso ficar de quatro?” E ainda faz aquela carinha com olhos enormes do Gato de Botas. Pra dar a resposta, o cara nem precisa falar. Basta ela notar o pulso ainda pulsar e as lágrimas surgirem de emoção através do sistema parassimpático. Pai do céééu! Será que a mulher ainda pensava que o ‘carinha’ não iria gostar, gozar... Sei lá! Será que algum doido é capaz de recusar? Ai eu vou dizer, viu! Existe gay e doido pra tudo mesmo. Eu só sei é que quem pode tem duas mãos. Quem não pode, planta bananeira e corre! Um fode... O outro foge. Um fode. O outro, se fode! Um, a Gabriela. O outro, o Kid Bengala. Um, filé na brasa. O outro, a comido enlatada é o cú do Robocop sem graxa! E como já dizia Tieta do Agreste: – uma das grandes maiores personagens de Jorge Amado – “Homenagem de homem é pau duuuro!”
Agora só falta ela querer hastear a bandeira e cantar o hino nacional sempre que transarmos.





Heitor Monte Cristo

Farra Velha






Em logradouros públicos não havia saneamento básico. As principais vias da cidade não tinham identificação e nem pavimentação asfáltica. Sem ajuda de Plano Diretor, os primeiros lojistas que chegaram começavam a se organizar em um calçadão de bloquetes. Logo ele viria a ser a central nervosa dos comerciários.

Perto do que seria uma das universidades, homens fedidos com cheiro de ouro tomavam cachaça enquanto as mulheres davam aulas. Os açougueiros da alma, naquele tempo, acordavam mais cedo. Farra Velha era a economia dos prostíbulos, a maior economia da época. Lixos em volta de bares, moscas em volta de bêbados, esse era o fluxo monetário.

Em uma rua chamada desejo, no cortiço, o complexo de cabarés, Vaca Velha era o nome da puta louca que ficou doida só de morar lá. Rita Faceira enganava a pistolagem de uns garimpeiros bestas com uma máscara de rígida moral paladina.

O lar era de infiéis à moda antiga e modernos. Casais antiquados e contemporâneos, ambos podiam fazer a felicidade. Mas muitos não gostavam de estar ali. Atrás de um matagal onde hoje é o centro da cidade, segredos se escondiam por detrás do sol da tarde. A pisar em cacos, meninos caçavam calangos no quintal da fábrica. Baladeira era o nome do relógio!

Os aposentos eram imundos, as pessoas simplórias. Doenças venéreas corroíam os hospedeiros por dentro, camisinha era um codinome para pele de carneiro. Todos indigentes! Uns mais inóspitos do que outros. Exceto eles, ninguém ia lá. As mulheres quando tinham gosto, era muito mau. Péssimo! Os homens eram dejetos de cabras. Feições sujas, cutes embarbada esfumaçadas de caipora, odor pesado.

O sexo era macrobiótico com milhões de fungos e bactérias. Lavam-se as mãos e sujavam as partes. Assim é que era esse incessante ciclo de barbárie e falta de higiene estúpida. E se fugisse um ladrão, ele se esconderia lá. Pois lá se encontrava a maior compilação de todos os filhos da puta da humanidade. Os que ainda estão vivos, os que já morreram e, principalmente, os que estão por vir. Todos são filhos da mesma mãe: A marginalidade!

Longas e irônicas gargalhadas davam as boas vindas para quem chegava. E para acabar com a algazarra, chamaram os delegados de outros estados e puseram a regional, estrategicamente, no coração do antro. HÁ, HÁ, HÁ!!! Só que esses caras eram mais putos do que aquelas que davam. Davam a dignidade, o escrúpulo, o orgulho próprio... E, ao extremo, como tinha de ser com todo porco e porca dos cortiços; davam por pechincha, em pratos frios, como refeição principal, a própria vida.

No final do dia as garrafas de pinga sempre ficavam vazias. Restava somente as cascas de frutas e os animais peçonhentos curtidos. ‘Plebeus conterrâneos’andavam de bicicleta. Os ‘burgueses’, filhos de ‘burgueses’, estudavam fora. E tudo aquilo, toda a representação econômica e sociocultural daquela época era um imenso soco na cara. Porque se tudo o que existe, para que exista é necessário acreditar... Então não existe nada. Com uma única e exclusiva exceção para a Panelada.



Heitor Monte Cristo