9 de julho de 2010

O prisma dos cínicos

Pensar não ser alienado já é uma forma de alienação. A mais sutil e violenta de todas.


Às vezes não se enquadrar no sistema já é uma forma de estar enquadrado. A pior de todas. A mais mordaz e sonolenta.


O mundo e toda a sua multiplicidade ilimitada totalmente padronizada pela unilateralidade de uma sociedade estabanada. E o que se perde é sempre infinitamente maior do que o que se ganha.


Tudo o que é descartado é uma forma de coisa rara. Tudo o que deixa de ser pluridimensional é de uma pobreza do caralho.


Os signos e seus significados nos trazem a benção da riqueza das multiplicidades, junto com o conceito de feio e belo e suas discriminações errôneas.


Ser ignorante e sábio, ao mesmo tempo, é uma forma de não ser nada só que de duas maneiras diferentes. Porque sempre que o oposto do que se afirma é tão verdadeiro quanto o que se afirma, é sinal de que o questionamento é vazio.


O conceito de melhor e de pior são duas ilusões descabidas. Na primeira, aqueles que se consideram melhor do que os outros, caem na ilusão que eles criaram para si. E na segunda, quando se acredita ser pior do que os outros, caí-se na ilusão que os outros criam para nós. Fácil, muito simples e bem difícil de entender!



Ricardo Magno

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