1 de fevereiro de 2011

O Irlândes do sul do Maranhão




Match Point! Foi no mesmo ano em que a palavra “menos” mudou de gênero e virou um advérbio transexual, que ele resolveu mudar de ares e partir para a Londres goiana.

Ao cansar de ler Dostoievsk, acabou se interessando por saber se já “CRIARE” pentelhos no saco. Pois aqui não está se falando de uma nova loja de artigos mobiliários a guarnecer as residências humanas seguramente desde o período em que o homem era macaco.

Crime e castigo morava na cabeceira da cama quando ele foi promovido a gandula do Vila Nova. Mas a vida é assim mesmo! Às vezes quem começa por último fica rico primeiro. Pois o mercado, igual a bolsa de valores, ainda não foi decifrado como uma ciência exata.

O neolítico Uxbal tinha uma vida dura pra caramba e um câncer de próstata que entupia o ânus e competia com o saco. Por isso ele resolveu trabalhar em Los Pampas de uma churrascaria lá pelas bandas do planalto e disfarçar a fome do setor central começando por agir como um cidadão honrado, não menos no estilo de coitado, o Joseph Climber maranhense!

Cansado da política cósmica, logo foi chegado o fim da parceria com um mundo impróprio a si mesmo. E por intermédio desta atração “Climberiana” que o regia especialmente pelas redes das tramas misteriosas que norteia a vida maldita de alguns homens, a sorte e a oportunidade lhe passavam longe.

Mas como se isto em nada ousasse envolver os novos rumos da galáxia, fundado pela astronomia e a nova casa serpentária a povoar a superstição mundana em que cada um é traído pelo zodíaco; talvez não muito por isto e nem pelo aquilo, a vida de Uxbal desmoronava “astro-ilogicamente” igual a maior de todas as Torres Babilônicas.

Enquanto ele era regulado por esta força que é a razão de ser e fim para as relações e ações humanas; dentro de si, a infinitude que habita os cantos mais obscuros da mente, o faziam se expressar “nesse universo” cheio de conseqüências e modos de ver e pressupor a metafísica para o homem como a “razão de ser e agir” justificadamente pelos desfeches de seus tramas medonhos onde fatalmente culmina cada indivíduo.

Já há muito, onde o espiritual manda; o místico e obscuro arquitetavam nas estruturas anímicas deste homem para mediar a relação de todos os pequenos seres e seus micromundos na totalidade da alcova que constitui a formação da personalidade do nosso tragicômico.

Um coadjuvante da própria história. Agora, em seu próprio mundo, o desejo controlador da sobrevivência desesperada junto da sensação da última carta acabou se tornando cada um em um nos porta-vozes da redenção humana no qual sofria calado e alheio de si mesmo, o nosso pobre “Biutiful!”.

Como se tornar bem sucedido e alcançar a totalidade da maioria de todos esses sentidos se em suas veias não pulsava o sangue empresarial?

Mais uma vez os magnatas estavam no poder. Pois dinheiro tira o homem da miséria, mas o cú ainda fica cheio de merda. Em meio ao drama, tenta-se ver e não se ver nada, exceto a bunda toda melada daqueles que se dizem melhores só por estarem levando pelas costas como uma espécie de resposta automática da causa-consequência de estarem na frente.

Cadeia e favela são o papel bombril para o rabo do pobre. Cercado em uma cela por toda a espécie de bandidos, gays, heteros, meliantes, biscates, cafetões, travestis e prostituídos; ele relembrava a festa passada, pessoas bonitas... Coisa de gente rica! Mas agora, depois do último tapa; cadê os amigos? Onde estão as mulheres!

Mas desta vez Uxbal tinha se livrado da prova do crime e o anel acabou caindo do lado errado. Brincou de jogar tênis com pessoas inadequadas para se tornar uma espécie de Gatsby imperatrizense. 

E se para que as coisas aconteçam basta apenas que elas aconteçam; do contrário, mudanças de atitudes são necessárias. Pois os homens falam pelas suas cidades e as cidades falam os homens.

 


Ricardo Magno

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