10 de julho de 2012

O Homem de Palha e a Rainha de Maio





Ela se autointitulava a reencarnação de Afrodite. Os homens, sem saber, eram o seu sacrifício. Todos os jovens da ilha já tinham deitado com ela. A madura deusa escandinava gostava de devorar os neófitas em rituais de acasalamento pagões.

Próximo da cidade, a chácara era de um casal de coroas hippies, recinto de bacanais. Pasolini perdia feio com o seu singelo banquete de excrementos.  Por detrás dos trapos da mortalidade, a deusa era uma jovem alternativa moderna cujas indumentárias dos anos 60 dividiam o mesmo plano que o Versace. Asseios e vaidade da mulher contemporânea em meio a ideologia sexualmente mística e exotérica de Woodstock.

As melhores transas rolavam ao entardecer como uma forma de culto e louvor ao deus do Sol Amon-Há. Sem pudor, uns na frente dos outros, fodas no sofá da sala e na varanda da casa rolavam com a maior naturalidade. E com apenas um singelo toque na pele, donzelas eram capazes de arrancar litros de leite dos rinocerontes. E havia somente uma forma de deixá-la apaixonada. Era através do ânus, gozar no seu coração para somente assim atingir sua alma.  




Ricardo Magno



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