26 de fevereiro de 2013

A História do Garoto que morava dentro do Cú



Quem conta um conto sempre aumenta um cú.



Baratas habitam esgotos, fossas e sarjetas. Mas baratas são indignadas da moradia do próprio homem. Lugares fétidos, escuros e corrugados. Os insetos não são nojentos a esse ponto.

Ele, o garoto, falava pelo ânus. Logo tão cedo desenvolveu a técnica do esfíncter premiado. As suas pregas eram como cordas vocais. Seu bumbum era o rosto amarelo de um dragão a soltar enxofre pela goela.

Ele, o garoto, todas às vezes que falava parecia o primo mais próximo da centopéia humana. O guardanapo era papel higiênico! Dizia tantos palavrões que ninguém saberia qual das portas era a mais imunda. Enquanto ele achava graça acordar de manhã cedo e encontrar um caroço de feijão pregado na testa. A testa do próprio cú era o cóccix!

O garoto, ele... Não sentia mais o gosto das coisas, pois habitava no último setor do processo de reciclagem. Ali, aminoácidos chegavam sem aminoácidos, ANALgésico era supositório... E por sinal, um paliativo literalmente muito apropriado.

Uma cueca era a porta de entrada e saída para o mundo. Diarréias intestinais eram um show de geisens. Um peido e logo surgia uma aurora boreal... Bogal... Anal. E o simples e autômato contrair de músculos do vulgo cabresto, prega rainha, era um rápido e involuntário bater de janelas.  




Heitor Monte Cristo

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