7 de julho de 2010

Caderno cultural

A bela e maltratada cidade de Imperatriz é igual a um corpo sem alma. Colonizada por uma frente de colonização pastoril do sul do Brasil, acabou parcialmente se desligando cultural e sócio-economicamente da metrópole. Foi assim que nosso município criou forma e identidade (ou crise de identidade) cultural. Mas, em meio a toda essa influência do sul do País, a todo esse imenso fluxo cambial da população flutuante; o município acabou se perdendo de si, se distanciando de suas raízes Maranhenses, desvinculando-se dessa identidade regionalista.

“As matracas que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá.”

A partir daí, surgi à necessidade de um caderno político, socioeconômico e cultural que consiga - sagazmente - satisfazer e abrir os olhos da população para essa temática. Com o foco e de total abordagem voltada para a realidade de Imperatriz, região e Maranhão no tocante a política, economia, sociedade, arte e cultura; e que também seja um caderno literário de manifesto nacional.
O ponto principal e grande diferencial desta revista sociocultural seria o enorme teor cientifico através dos estudos baseados em núcleos de pesquisa. Esta seria a pedra fundamental de todo o projeto. Não apenas relatar os acontecimentos, os acontecidos, mas estudar o passado e desde então projetar um futuro melhor para nossa localidade.
O núcleo de pesquisa seria o primeiro passo. Reunir estudantes que começassem a analisar a condição humana local no que tange os mais diversos pontos da realidade socioeconômica, política e cultural da região para somente então tentar transpor seus entraves.
E se o progresso econômico realmente está diretamente ligado com a evolução espiritual de um povo, nada mais justo do que os estudos terem como base os pensamentos e métodos da escola de Frankfurt, o materialismo interdisciplinar. De maneira cientifica, rigorosa e bem analisada, o caderno iria desenvolver materialmente e espiritualmente os contornos de uma alma para nossa cidade. Ele seria o porta voz, o alerta, o despertar da população leiga para os grande embates que há muito vêm obstruindo o desenrolar do progresso regional.
Por intermédio do núcleo, criar-se um vinculo com a prefeitura ou órgãos governamentais de fomento ao desenvolvimento social. Construir e vender uma imagem positiva de nosso município e região. Com os levantamentos na mão e “linkado” com a prefeitura, formar grupos de estudiosos capazes de viajarem para outros Estados buscando atrair grandes grupos empresariais para o crescimento de nossa região.
“O motim – nome provisório do caderno – basicamente iria ser um veículo de impacto, acima de tudo, um meio de transformação social. Sem esse caráter, de imediato, o propósito principal do caderno já teria falhado; porque antes de qualquer coisa, ele deve ser não só um formador de opinião, mas além disso, ele tem que ser um modificador de comportamento, a força geradora de novas atitudes.
No que diz respeito à arte, o jornal usaria os próprios talentos das universidades e também regionais. Ele abriria espaço para quem não tem oportunidade de expor seus dons artísticos: escritores, pintores, desenhistas e cartunistas, poetas ou cronistas, críticos ou fotógrafos... uma gama repleta de jovens talentos que vagam pela cidade enquanto suas extraordinárias habilidades culturais são desperdiçada pelo ócio da falta de perspectiva de uma cidade que tem muito o que realizar, mas permanece adormecida.
No formata de revista, caderno ou até mesmo jornal, tanto faz! Isso é o que menos importa. Mas seria interessante, pelo grau de seriedade e veracidade, que ele fosse aos moldes de um jornal, um jornal manifesto!
A divulgação seria estritamente bem planejada. Entre dois a cinco mil exemplares, a maior parcela seria distribuída nos grandes pontos e maior fluxo de pessoas da cidade. No coração: Praça de Fátima, calçadão e Praça Brasil. Daí se realizaria o papel social do caderno/jornal: o alcance da população em geral e indiscriminadamente. Do mais, seriam os públicos-alvos: grupos sociais bem focados como o fórum, os órgãos públicos judiciais, municipais, estaduais e federais como também as faculdades.
Entre dez a 20 páginas, pouco importa! Frente e verso, tanto faz! O indispensável é que ele sempre esteja ao alcance de quem precisa escutá-lo.




Ricardo Magno

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