Se eu realmente gosto de ti, tu nunca irás saber! Essa será a duvido que enquanto eu estiver vivo também perdurara em teu singelo coração. Do mais, os dias em que pior me sinto são os melhores para se fazer rabiscos em algumas páginas.
Bebedeira sexta e sábado, o final de semana foi agitado. Agora, a sensação que restou se resume a um medo misturado com ressentimento. O bar, depois o pagode. A ninfetinha de 18 anos, e depois a volta de lancha. Tudo novo e tudo velho aqui bem dentro de mim. Meus primos não valem nada. Juntos, sempre nos metemos em grandes cachorradas. É o mesmo que juntar a fome com a vontade de comer. E nós comemos mesmo!
O céu bem do alto de um barco. O rio a correr por entre as nadadeiras de um motor 90 em que nada pode ser mais lindo do que observar a ponte Felipe Gregory, só que do ângulo de baixo. Agora, só o que mais quero é apertar bem forte as abas da rede e me esconder bem no fundo dela enquanto a escuridão de meu quarto, pouco a pouco, vai nos dando um belo abraço.
Quando fecho os olhos me sinto salvo de tudo. A escuridão sempre me protege das coisas que estão aí fora. Enquanto fotografias não condizem com a realidade, eu escrevo para saciar os bisbilhoteiros de minha alma. Pois somos mais sinceros quando dizemos do que quando mostramos.
Meu coração bate no compasso do anúncio de novas descobertas. Parece que algo está prestes a acontecer. E se acontecer, só espero que ela não vá embora. Dessa vez, espero de mim mesmo poder ser diferente. Pois, se insisto em continuar duvidando do que as pessoas sentem, de agora em diante, posso ao menos ter mais convicção em relação ao que sinto. Não preciso mais pôr ninguém à prova se antes mesmo de tudo eu ter sido provado.
Uma mistura de vazio e solidão sempre me acompanham para eu não esquecer quem sou. Do convívio aprendi a me passar de fingido e agora consigo sorrir com eles. Mal acompanhado, sempre estaremos sozinhos. Logo, logo chegamos em mais um final de semana. Com este, terei que mudar de casa. Tão familiarizado com o velho que o novo até me bota medo. Tão acomodado com a rotina que me sinto até meio tenso com os novos possibilismos da alma. Agora chega de viagens passageiras. No rosto de alguém, espero logo, logo poder me reencontrar de verdade.
Ricardo Magno
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