6 de abril de 2011

A Mesma Essência dos Contrários









 
O silêncio, às vezes, é a melhor forma de se expressar. E o vazio, por horas, é a única coisa que nos preenche. E mesmo assim contentai-vos por dormir todos os dias de barriga cheia!

Não acredito em nada que vos digo. Somente para que me entendam é que uso os mesmos signos lingüísticos. Mas no fundo não tenho nenhuma convicção a cerca de sua veracidade. É como se um mundo que ainda não se apresentou ousasse a qualquer momento surgir diante de mim. Enquanto isso, por não ter em que se prender, continuo apegado ao velho.

Não há nada a fazer quando não se pode fazer nada. Não há como fugir do destino quando todos os caminhos nos levam ao mesmo lugar. Então continue resolvendo quebra-cabeças mentais perdido num labirinto espiritual.

Mas a poesia é real! Mesmo que seja abstrata é real! Mesmo que seja por uma noite e alguns goles de cerveja é real! A fugaz transitoriedade é concreta e duradoura mais do que qualquer eternidade de outros tempos.

Mais realista sem se tornar pessimista. Menos idealista sem deixar de ser otimista. É assim o equilíbrio de uma boa balança na medida certa de cada coisa. Tão agredida quanto o filho da puta, tão querida quanto à puta assim é minha alma presa numa jaula que se amplia e por isso me sinto mais livre. É só isso e nada de liberdade.

Por que é mais fácil desejar o mal do fundo do coração do que o bem da boca pra fora? Assim fazemos dos votos de felicidades uma pura superstição do efeito Placebo e do pensamento positivo vazio das criaturas desamparadas.

À medida que seguimos o caminho a estrada vai ficando mais curta até chegar ao ponto de caber uma só pessoa, o próprio peregrino. Porque, fortes ou fracos sempre estaremos sozinhos em meio às verdades e “insignificações” deste belo mundo.

 

Ricardo Magno

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