7 de julho de 2010

A educação brasileira

O sistema escolar brasileiro é caótico. O ensino médio não consegue cumprir satisfatoriamente seu papel social, provocando o comprometimento do ensino superior. Em condições precárias, a maioria das universidades públicas milagrosamente subexistem em meio a toda essa avalanche desordenada da rede pública escolar, que pouco subsidiada pelo Governo e com grande parte das verbas desviadas, acaba deixando-a cada vez mais deficitária.
Produto de uma sociedade às avessas, reflexo da dicotomia social privilegiadora de uma minoria abastada em detrimento do bem estar coletivo, é no meio deste quadro que o sistema acaba dando suas cartas. Dentro dessa conjuntura, não seria de se estranhar que as regiões menos desenvolvidas fossem as mais prejudicadas. São nessas localidades que se pode ver com mais clareza a ignorância propositalmente gerada e utilizada como instrumento de manutenção do poder de uma sociedade sem condições de proporcionar a tão sonhada mobilidade social. A miséria como um estado de pobreza material e espiritual é o algoz e a corrente que escraviza e sangra os cidadãos subprodutos de uma massa inconsciente e subjugada.
Isento de formação intelectual e profissional, sem material cognitivo suficiente para entender, se situar e decidir os rumos de sua própria vida, incapaz de suprir suas necessidades materiais e espirituais o individuo se vê perdido entre dilemas pessoais oriundos de sua condição existencial: A angustia da insuficiente educação de base.
As políticas públicas voltadas para o ensino existem, porém não suportam ao esquematismo da ordinária peça suja e podre que veio a se tornar o nosso corrupto e burocrático aparelho governamental. Bendita herança de Roma e Portugal! Aqueles, por serem os pais da burocracia, e estes, por nos batizarem. Bendito seja desta forma e não de outra maneira!
Dividas externas, exigências fiscais e acordos quase que unilaterais, como é o caso dos realizados com o Fundo Monetário Internacional (FMI), e ainda sobram farelos para a ganância neoliberal remanescente do Governo Fernando Henrique. Numa panela, tudo isso só acentua ainda mais os contrastes socioeconômicos no desfocado espelho trincado do contexto social.
Instrumento indispensável para a liberdade física e moral, a educação passou a ser um dos mecanismos de sustentação dos bolsões de miséria. O problema é também de ordem moral. A questão é que é de cunho político, econômico e também, por que não, de caráter sócio-cultural.
O uso indevido, consciente, e imoral do estado totalmente contrário aos princípios legais da administração pública; pois a finalidade de cada Governo, o que tange a ação de governar sempre teve e terá como finalidade suprema e absoluta o bem estar coletivo e social.
A perda da liberdade parcial, o contrato social só tem validade em solos férteis para que possam frutificar dentro de um controle administrativo objetivamente democrático e comprometido – ou seja, disposto a praticá-lo até a última conseqüência – com os interesses do povo, que é o verdadeiro motivo das responsabilidades sociais.



Ricardo Magno

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