26 de julho de 2010

No refúgio dos valores culturais

Fugindo dos modismos da balada clássica, opções alternativas de bares em Imperatriz servem de válvulas de escape dos valores consumistas. Na hora de responder qual é o maior retorno, os proprietários não titubeiam: A companhia, as fofocas e a atmosfera prazerosa das grandes amizades.

O bar do Claudeci, situado atrás da Faculdade Atenas Maranhense (Fama) e reduto dos alunos da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) conta com os laços fraternais da clientela. Lá, o atendimento é self-service. A caixa de som e o violão ficam a disposição. “Do contrário, é só entrar na fila do DVD”, explica Claudeci Conceição do Santos, proprietário.
No local toca de tudo, desde Engenho Cívil (banda de rock local) até festa de vinil em tributo a Raul Seixas. Dúvida? “É só olhar no Orkut do bar feito pelos clientes em homenagem ao local”, completa o proprietário.

Localizado no beco ao lado do teatro Ferreira Gullar, o visual regionalista faz da galeria João Cortez (antigo Beco) um dos cartões de visita do município. Seguindo a mesma linha cheia de personalidade tradicional, no coração da cidade e “às margens” da Avenida Dorgival Pinheiro de Souza, a Blitz Choperia transforma o ambiente austero da arquitetura urbana em um descolado estacionamento da boa música.

A MPB, o rock, as músicas da terra e até o blues estão no repertório seletivo desses ambientes. O baixo, instrumentos de corda contrapostos à guitarra, “choca algumas pessoas”, conforme relata Reginaldo dos Santos, cantor mais conhecido como Parente, freqüentador e atuante em ambos locais.


Pub nordestino


No domingo, por volta das 10 da manhã, ao longo da rua Simplício Moreira se ouve o triângulo, a sanfona e o zabumba nas canções do Luis Gonzaga, Pinduca, Demônios da Garoa, e Jackson do Pandeiro. Com início às 9 e termino lá pelas 13 horas, Felipe Rodrigues Barros, o Felipão, faz do salão de sua bodega e garagem do seu fusca, o modesto, porém encantador palco dos Sanfoneiros da Simplício Moreira, o conhecido Forró do Felipão. Recinto onde simpáticos rapazes da terceira idade há três anos se reúnem a celebrar a vida com um ar de nostalgia típico da velha guarda. Tem dias que chega a ter até dez sanfoneiros.

Os entrevistados também se lembram com saudade do bar da Academia, recanto de intelectuais que ficava na Praça da Cultura - nome sugestivo. Bares que contribuem com o diferencial em tempos de avalanche de rebolations, sertanejo e Lady Gaga.

Ricardo Magno

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