28 de julho de 2010

A tutela superior do meu jeito

Faço o que posso sempre sabendo que posso mais. No entanto, me perdoem, mas algumas coisas que escrevo não são para serem comentadas. Então, me façam o favor de ler quantas vezes quiserem, e depois, ao cruzar comigo, virem o rosto e evitem conjecturas com o olhar. Não preciso saber do que já sei, mas se realmente quiséreis me contar alguma novidade, me falem de vós.

Me leiam, mesmo sem entender, sem me conhecer, apenas leiam. E depois, quando nossos caminhos se encontrarem, apenas finja que não sou eu. Pois no verdadeiro escritor, uma pessoa escreve enquanto a outra vive. Quer transparência maior do que essa? Então ides contemplar vasos de cristais.
Se eu encontro uma falha no meu texto, pois essa falha sou eu. Todo bom escritor deve ter muito caráter, entretanto, nunca ser totalmente confiável. Ao se tratar de um favor, quando do contrário faríamos o mesmo, então não estamos devendo nada.

Eu sou o homem de escrever, e não de ler. Eu sou o cara de fazer, e não de comentar. Dia após dia minha envergadura vai se tornando mais vigorosa, minuto depois de minuto vou me sentindo mais forte. Eu não nasci para a berlinda, pois sou muito esnobe. Eu contemplo a arte do povo, só que de dentro para fora.
Enquanto as pessoas gostam ou odeiam algo, eu não. Como a antítese do caos, tenho que gostar e odiar ao mesmo tempo sem deixar que os opostos que moram dentro de mim um dia me destruam. Assim é que reorganizo a hierarquia das faculdades.

O que escrevo está escrito. Se tiverdes que fazer alguma pergunta, pergunte para o dicionário. Se sou mole ou duro, isto pouco interessa. Mas o que sei e tenho certeza absoluta é que sou do meu jeito. E isto, Frank Sinatra já havia me dito em alguma mensagem perdida dentre uma de suas canções. E prometo que até onde eu puder ir, seguirei. Mas chegando lá quando eu não puder mais enxergar, vós serás os meus olhos.


Ricardo Magno

0 Comentários: