26 de julho de 2010

O canhão de hádrons

A verdade é que o crime compensa. Não sendo hediondo, compensa. Embora existam pessoas que não deveriam ter nascido, isso não dá o direito que venham outras e as matem. Mas compensa! Outras formas de delito compensam sim!


A mídia, os órgãos de segurança pública... Todos sabem disso. Mas tudo bem. Isso não vem ao caso. Até porque não vai de acordo com minha tese. Tudo bem! Deixa pra lá.


A questão é que a caneta é como se fosse o meu colisor de hádrons, no qual cada palavra é um enorme acelerador de partículas, que ao colidir com os átomos na profundeza de cada alma se perdem na busca interna e profunda da existência de outras dimensões e de novos significados.


E de que me valeria escrever se não fosse também para brincar, manipular o imaginário das pessoas? Vossas mentes são os meus deleites. E quando não minto, mesmo assim faço com que se torne quase impossível a descoberta da verdade. Vosso ego é o meu autorama. Corro e derrapo por rodovias deslizantes, quando na realidade é somente um carrinho de plástico que não quer funcionar.


Pra que tantos pecados com tanta diversidade se o inferno e o paraíso forem inverdades? Então, eu precisaria ter nascido com mais uma alma só pra tentar ser capaz de pagar por tanta calamidade.


... Enquanto o que nunca começou também nunca irá acabar e vai ficar eternamente se perpetuando na alma de dois indigentes.


Ricardo Magno

0 Comentários: