13 de setembro de 2010

Divina graça

Embora a liberdade subjetiva, em meio a tantos processos psicológicos, seja algo finita, há tanta infinidade no céu quanto há também dentro de nós. O céu é uma infinita população de estrelas!


Sempre fui um cara meio “thoughtfull”. E mesmo quando era criança, apesar de ter tido uma bela, “normal” e agitada infância, havia sempre algumas horas em que me metia no meio dos outros e acabava me perdendo de vista ao ficar absorto nos meus pensamentos.


E sempre que falo disso para as pessoas, sinto que elas gostam de conversar comigo como se fossem meio que hipnotizadas. E esse é justamente um dos motivos pelo qual eu não freqüento mais a noite, porque muito tempo depois de ter desfrutado de alguns tantos passeios noturnos, descobri que a noite não foi um lugar feito para pensar.


Às vezes é tão irresistível fazer uma rima, por mais tosca que ela seja, se torna tão atraente quanto ver o copo cheio e não tomar um gole de cerveja. Aí vem a sensação de mais um parágrafo com um ponto sem nó. Na noite, são os instintos que mandam, e sempre reinam aqueles que melhor conseguirem se desgovernarem.


Muito além de qualquer que seja a nossa história, só o simples fato de poder se fazer conjecturas a nosso respeito, vendo-te ao meu lado vou redescobrindo antigas falhas, o que já me faz ser grato a ti por tão solene e rara divina graça.


Sempre tive esse sentimento inato. Ninguém nunca precisou me disser o que era certo, pois eu sempre soube. No entanto, agora me vejo inutilizado sentado no banco de reservas: a imobilidade oriunda de uma hipotética incapacidade de auto se refazer, me causam desconfortos de ambas as partes. Da que me faz sentar e da que me deixa de castigo em pé.




Ricardo Magno

0 Comentários: