6 de setembro de 2010

Pneumania

Senhores das portas dos céus, onisciência de todo o meu conhecimento. Perpetrada seja sempre a tua vontade, louvado seja o caminho daqueles que merecem a glória.

Minhas palavras têm sangue, mas minhas mãos estão limpas. Eu inspiro o pecado, mas não o cometo. De tanto ser sereno e tranqüilo, eu causo o caos. Hermético e bloqueado, quase sempre consigo escapar dos maus fluídos.

Como o vento que passa e ninguém vê, como um calafrio que tem medo, mas não se sabe do que; não sou visto, mas sou notado; não sou percebido, mas todos me sentem. Pois o universo é meu interior concretizado.

Enquanto o amor e o ódio destroem o tempo, o que nos resta é apenas o presente. Conto histórias e acredito nas minhas próprias mentiras. Crio o mundo para somente depois me perder dentro dele. Escrever frases e tomar conclusões é nada mais nada menos do que ensinar o cérebro a soletrar.

Eu enxergo de cada vez e com cada olho diferente. Por isso me tornei capaz de ver mais de uma coisa ao mesmo tempo. Pois o tempo é um dos maiores inimigos de nossos antepassados. A dor mais profunda e aguda que dura muito. Mas tenho que viver enquanto carros se movem, bocas falam e o vento sopra, à medida que arrasto a alma dentro da carne.

Nunca me deixem sozinho quando eu estiver só. Pois dentre meus amigos vou embora. É que meus pensamentos trazem vida nova. Sento eu aqui, sobre a cadeira de meu mundo. Vôo num sonho e trago a realidade de volta.

Conclusões são necessárias. Somente as que nos sirvam hoje e amanhã não valham nada. Enquanto as teorias e os princípios sempre me seguem, por hora, algumas pessoas sempre vão embora. Descubro meus erros no balanço do mar. Choro no olhar de uma criança e me derramo no leite da mulher amada.

De agora em diante apenas espero fazer bons amigos, conhecer mulheres interessantes e me revoltar de tanta felicidade. Pois, se o Red Bull te dá asas; a maconha, turbinas.



Ricardo Magno

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