21 de dezembro de 2010

Devaneios e divagações




Desde cedo eu me perdi na barriga de minha mãe. E foi no meio da eterna escuridão que descobri dois reinos e um rei, tão longa é a jornada, disso eu sei!

Os escritos transcendem ambos os lados. E somente assim eu consigo descrever sensações e emoções a tal ponto que aqueles que não me lêem, mesmo vivendo ao meu lado, nunca conseguiriam verdadeiramente me conhecer. Porque quando escrevo, sou de todas as almas. Quando escrevo, obtenho todas as almas.

São nessas horas que meu coração mais produz abalos sísmicos do que sístoles e diástoles. Por isso uma perissístole seria fatal. Descansar jamais! Que morram de inveja e fiquem loucas todas as previsões meteorológicas.

São das movimentações das cavidades cardíacas que se originam os maremotos de emoções. Mais triste do que a tristeza, só a própria tristeza. Mas é apenas quando o inferno e o paraíso se tornam os outros que nunca serão infelizes aqueles que, por outro lado, nunca souberem o que é a felicidade.

Por pura incompetência de um predador que não aprendeu a caçar, assim segui o afã de ser o idiota que não as teve. Por pura falta de frieza e calculismo, por puro excesso de escrúpulos, hoje, me ardo todo em desejos.

Igual a um equilibrista, temos que nos esforçar para não deixarmos a bandeja cair enquanto o poder é a melhor coisa do mundo, não para mandar, e sim para não obedecer.

A razão e a verdade se entrelaçam e se emaranham nas teias da lógica fazendo uma da outra o nada e de cada nada tudo, à medida que os homens se acham e vão ficando mais confusos.



Ricardo Magno

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