18 de maio de 2011

O Caminho Sem Volta






Quando na família ninguém nasce para ter sucesso, em um artifício inconsciente, livre como um táxi na estranheza da vida, dentre amigos, vou embora. Sentado sobre a cadeira de meu mundo, vôo em um sonho até trazer a realidade de volta enquanto os alegres não sabem o quanto a felicidade é patética.

Nem tudo o que está diante dos olhos é visível. Na calefação do suor sobre a pele, os dedos queimam ao tocar o corpo, lábios evaporam na boca enquanto é enorme o desejo que ti vê por entre as pernas.

O coração é cego. Só enxerga o que sente. E nem sempre o que ele sente é verdade. Porque a verdade está dentro de cada um de nós, camuflando os sonhos, ignorando a realidade e construindo o seu próprio mundo... Aquele que não foi concebido por deus.

Mesmo diante dos olhos, o problema é tudo aquilo que não conseguimos observar. Preso na placenta conformista de um espaço vital, o campo psicológico se faz como a casca de banana em que escorregamos todos os dias. Persistir no erro pensando estar certo é o mesmo que ignorar os pontos fracos.

Todas as vulnerabilidades estão guardadas em tudo o que não vemos e o cheiro fede. Longe dos olhos, a ferida inexistente ainda sangra. Próximo da alma como um câncer decodificado no coração. Lá, o tumor se regenera fácil e inexoravelmente se alastra e te arrasta para uma morte inevitável, o caminho sem volta.



Ricardo Magno



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