23 de maio de 2013

Seu Cosminho: O Confidente




Quando eu tinha uns cinco anos, só andava acompanhado da minha mãe.
Se por acaso eu me perdesse, ela já me achava bêbado. Minha mamadeira era uma latinha de cerveja. Quando eu era criança, cheirava as calcinhas das meninas. Fingia que estava dormindo, espera elas entrarem nos sonhos, e dava o beijo de boa noite em suas pererecas. Elas sabiam o que eu fazia. Sonhavam comigo. Mas cadê o ônus da prova? Se homem nasce macho, assim eu era. Nas sextas, sábados, domingos e feriados... Todos os dias, da Semana Santa ao Dia de Finados.

A medida que fui amadurecendo, meu pênis foi se transformando em roleta russa. O desejo comum dificilmente me excitava. Carregava balas de esperma num tambor que era o saco. Mas tinha limites. Nunca gostei de chuva dourada. Se bem que um dia poderia vir a calhar... Um liquido quente esquentando a cabeça da rola.



Heitor Monte Cristo

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