22 de novembro de 2010

Fonte do viver







Quando um pensamento nasce, imediatamente eu interrompo qualquer um de meus afazeres esporádicos só pra ver mais uma de minhas crias ganharem vida. E como isso me deixa mais leve e com um pouco de paz, embora sempre me lembre que o prazer é um dos diversos remédios paliativos da vida.

Ando à pé por não ter um carro, e com o tempo comecei a gostar de fazer isso. Pois com o yoga aprendi que em qualquer atividade física se oxigena o cérebro, e tendo ele mais ar, posso pensar mais desapercebidamente e desprovido de livre-arbítrio.

Ir e voltar da Beira Rio andando! Às vezes com, outras horas sem o mp3. Somente ir e voltar andando da Beira Rio. Chegar lá e fazer meus exercícios, para simultaneamente ao trabalhar a alma também não perder a oportunidade de lapidar o corpo só pra ver correndo o ego se dissolver na memória.

Sempre gostei de ouvir as coisas que sempre tive para dizer para mim mesmo. E nunca negligencie nenhuma delas. Pois sempre gostei de ser o meu melhor amigo! É que gosto de mudar o visual da barba pra ver se ela me cai mais agradável, gosto de trocar de óculos na esperança de que o próximo deixe as coisas mais próximas e não seja tão desconfortável.

Quando estou caminhando por entre as ruas, independente de quais sejam as ruas, eu não vejo nada! Tudo me absorve com a percepção enquanto luto para fugir da perfeição, pois de longe, nem no próprio nome sei que ela existe. Quando estou andando pelas ruas da cidade sinto a enorme vontade de somente viver pra escrever, e que isso seja meu único alimento, sustento, propósito, estimulo primário como a fonte do viver!

Em meio às variações diurnas onde todo bom depressivo jaz, eu fortaleço o corpo e a alma à medida que vou fazendo prognósticos de mim e da minha própria vida. A partir daí, costumo chegar em casa todos os dias suado e não perdendo tempo em banhar, descrevo cada moção dos cenários internos de minhas celas.


Ricardo Magno

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