13 de dezembro de 2010

Amigo



A vida é peregrinar por vales e caminhos rijos em um ciclo ininterrupto comparado com as estações do ano. Dentro deste contexto, escrevo-lhe diante de uma nova situação da minha vida, vazia daquela fé, outrora, esfuziante. Não que eu a tenha perdido, mas a minha busca por alimento sólido me fez entrar em conflito com o discurso religioso.

Continuo receptivo com o que acredito ser de Deus... Numa busca, agora, mais ou menos “desconfiada”, como se algum sentimento farisaico tivesse tirado de mim a pureza do coração. Logo essa “força” que acredito ser a maior virtude do ser humano. Pois, somente quem a possui será capaz de realizar obras.

O que estou te expondo, na verdade, é só um desejo de rasgar a alma e quebrar com a espiral do silêncio, esse mecanismo psicológico que nos faz aceitar as mais vis das convenções. É que igual ao apostolo Paulo, eu também rogo para seja retirado de mim este espinho da carne, o mensageiro do inferno que todos os dias vem me esbofetear. No entanto, já que a dor nos diferencia, creio que esta fraqueza vem me aperfeiçoando.

 A academia é apenas um contexto onde é inevitável o confronto com tais filosofias seculares, como foi denunciado por ti, pregam o princípio da incerteza. Sem saberem, eles acabam se tornando “cegos a guiarem outros cegos”. Mas, como é de minha subjetividade o questionamento, tento sublimá-los para contemplar a excelência do alicerce, “escândalo para os intelectuais, blasfêmia para os politizados, e poder de criação para os que crêem”.

 Que contradição! Há pouco eu havia dito que estava vazio, mas agora falo com entusiasmo! Até parece que neste momento, enquanto escrevo, recebo do espírito, um sopro de avivamento. Portanto, desde já desejo sim! Recomeçar a vida no espírito, longe de muitas perturbações terrenas, semelhante a uma criança na fé desejando “o leite genuíno”. Velho amigo! Ao deixarmos de lado as questões existências, quero que saibas o quanto estou feliz por ti, e pela comprovação de que a semente é uma árvore em potencial. Agradeço pelas orações. Pois aqui, apesar das intempéries do dia a dia, a família, as relações e a faculdade, seguem o seu curso normalmente.








Narcísio e Ricardo Magno



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