27 de dezembro de 2010

Don Giovanni: O Convidado de Pedra




Em uma Babilônia de outras épocas, ao amanhecer de uma libido descontrolada, descendo pela praça de Fátima, no pênis, cavalos fazem malabares com os cús dos donos de suas carroças. A essa altura, moças de família somente agora estão retornando para casa todas extasiadas em uma espécie de jubilo, estado de espírito transcendental, após uma noitada de muito sexo desregrado. Ao abrir a porte, cada pai olha para a sua donzela e agradece a deus por ter trazido sãs e salvas os seus anjinhos domésticos.

Por entre paredes, ao cruzar o céu da Coriolano Milhomem, as mais ditas damas e senhoras da sociedade, em um ato solitário de estrangulamento desesperado de companhia e saciedade, secretamente, continuam a estrupar os seus cachorros poodles. Elas passam pasta de amendoim na vagina enquanto eles, inocentemente, lhes fazem um carinho oral intimo. Assim é que animais de estimação fazem filmes pornôs com as suas donas.

Em mais um conflito trabalhista, mordomos avantajados e maltratados com feições de serventes e mãos calejadas mantêm suas varas enfiadas nas bucetas de coroas abastadas que tanto o enojavam. Nos asilos de velhos doidos nas margens da Babaçulândia, as netinhas empinam a bunda para chuparem na mamadeira de seus avôs enquanto as vovós, através da imitação de uma linguagem de criança, tentam ludibriar os seus netinhos para que eles as comam pelo ânus.

Da janela do quarto que dá para os fundos, na Casa de Senzala, uma secretária do lar observa tudo no momento em que está a se depilar porque o filho adolescente do patrão já lhe deu um sub-aviso para esta noite. E, ontem foi a vez do dono da casa fazê-la gozar chorando ajoelhada diante do leite de homem derramado que enlambuza a sua cara feminina religiosamente todas as sextas-feiras.

Por pura curiosidade sexual da puberdade, jovens mocinhas sofrendo de efervescência vaginal observam os seus titios se masturbarem no banho enquanto ensaboam a tromba de elefante que cada homem carrega no meio das pernas. Agora, com suas varas de mijar enrijecidas, titios ensinam as sobrinhas a lavar os carros na tarde entediante de um domingo qualquer. E sem pasta de dente, as dentistas acabaram desenvolvendo uma nova técnica de escovar os dentes com picas. Em um falso Complexo de Édipo, padrastos comem suas enteadas e enteados transam com suas madrastas. Quando pensam uns nos outros, fora a biologia, irmãos e irmãs estimulam as suas zonas erógenas.

O trombadinha de 17 anos que já já vai roubar o cordão de ouro daquela patricinha dos Três Poderes queria mesmo era meter a rola pobre e tanto masturbada de jovem classe baixa, bêbado e drogado do Bairro da Caema naquele priquitinho branco e cheiroso com pêlos pubianos tão macios quanto um travesseiro de pena de avestruz; porque somente assim ele poderia fazer jus as injustiças sociais.

No ato do seu nascimento, babás são molestadas por bebês recém-nascidos. Médicos participam de orgias com suas pacientes nos leitos dos ambulatórios. E enfermeiras tiram as calcinhas para homens enfermos. Professoras realizam prova oral com mais de um aluno e alunas praticam estudos grupais com mais de um professor. De outro modo, a direção da escola não se responsabiliza por nenhum dos atos.

Mudando de ares e indo para o interior, adolescentes se esquentam com o pau atolado em galinhas enquanto a cada experiência uma ave morre. Mulheres grávidas excitam macacos-prego nos quintais de suas casas e os adultos se satisfazem comendo jumentas que sempre seguem o mesmo rastro. E já que ainda não terminou, mas já está começado, é somente assim que a sociedade consegue demonstrar falhas na organização de suas camadas.


Ricardo Magno



2 Comentários:

Gonzo Sade disse...

Meu pau tá duro!

Ricardo Magno disse...

Há Há Há! Mas também tu quer o que? Teu pau levanta até para cú de cachorro cagando.